10 October 2008

Acordo Ortográfico






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09 October 2008

Experiência II




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Experiência


Postar através do meu iphone ;)

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19 August 2008

Bússola

«Não te deixes assoberbar com perguntas; procede com calma.

L. Wittgenstein

23 July 2008

Férias

«O problema de tirar férias é esse. Você investe um dinheirão e os efeitos benefícios de um mês de descanso terminam nos primeiros cinco minuto de trabalho. Não se preocupe, isso acontece com todo o mundo».

In Um Caso de Espíritos, de Tony Bellotto (Bertrand)

Back to basics

Há muitas razões para acabar um blog. Às vezes há uma suficiente boa para o ressuscitar.

10 May 2008

Rip

O último a sair apaga a luz.

24 March 2008

Ingénuos utopistas

Acreditaram que é possível construir utopias para se salvarem dos pesadelos e depois limitaram-se a cair na escravidão dos seus medos, cuja pista lógica seguem durante vinte, quarenta, cem anos, sem saberem que os pesadelos se transformam e os medos também.

In Assassinato no Comité Central, de Manuel Vázquez Montalbán.

Céline maldito

Na edição de ontem do El País, Mario Vargas Llosa escreve sobre Céline. Chama-lhe O último maldito. Alguns excertos:

«Como escribió panfletos antisemitas y fue simpatizante de Hitler, muchos se resisten a reconocer el talento de Louis-Ferdinand Céline (1894-1961). Pero lo tuvo, y escribió dos obras maestras, Viaje al final de la noche (1932) y Muerte a crédito (1936), que significaron una verdadera revolución en la narrativa de su tiempo.»

«No hay un solo personaje entrañable en estas novelas, ni siquiera alguno que merezca solidaridad y compasión. Todos están marcados por el resentimiento, el egoísmo y alguna forma de estupidez y de vileza. Pero todos imantan al lector, que no puede apartar los ojos -los oídos- de sus disparatadas y sórdidas peripecias, sobre todo cuando hablan.»

«Céline pertenecía a este mundillo y nunca salió de él. Por sus simpatías hitlerianas, al final de la guerra huyó a Alemania tras los nazis que escapaban de París y, luego de un peregrinaje patético que narró en unas seudo novelas que no son ni sombra de las dos primeras que escribió, terminó en una cárcel danesa.»

«En 1953, fue amnistiado y pudo regresar a París. Volvió a la banlieu donde acostumbraba jugar a la pétanque con amigos de su barrio. Jamás se arrepintió de nada. Poco antes de morir concedió una entrevista en la televisión a Roger Stéphane. Nunca he olvidado esa cara del viejo Céline con la barba crecida y sus ojos enloquecidos, clavados en el vacío, mientras, apretando su puñito esquelético, su vocecita cascada rugía, frenética, ante la cámara: "¡Cuando los amarillos entren a Bretaña, ustedes, franceses, reconocerán que Céline tenía razón!"»

19 March 2008

Pessoas discretas

Raul sabia que as pessoas discretas precisam mais de uma pessoa amiga para contar segredos do que as que contam tudo para todo o mundo.

In Mandrake - A Bíblia e a Bengala, de Rubem Fonseca

14 March 2008

Glorioso cardume


Não há crise que desanime a mancha benfiquista. Mesmo quando os resultados estão fracos, o treinador desmotivado, a equipa destroçada e o presidente à procura de melhor rumo. É que, dizem e sente-se, isto de ser benfiquista é forte, maior do que a alma. E, ontem, ia o concerto do Patrick Watson a meio, quando o músico canadiano pediu sugestões para intitular a improvisação que se seguia. Como a noite esteve fria, o público levou tempo a reagir. Made in Lisbon, disse alguém, sem entusiasmar o músico - todos sabemos como se fazem estas improvisações. You'll come back, propôs outra pessoa, para desânimo total. Até que, lá do fundo, com a voz colocada, os pulmões cheios, alguém gritou: «Viva o Benfica!».
A gargalhada, é fácil de imaginar, foi torrencial. Imensa, como a chama do glorioso. Rimo-nos todos, menos o Patrick, que ainda estava a tentar perceber onde é que tinha tido piada. E a noite acabou assim, entre a desilusão e o sentido de oportunidade. Até porque, minutos antes, valeu a pena ver o Watson, acompanhado pelos seus músicos, a sair do palco, passar pelas doutorais da aula magna, entrar pela plateia, subir para as divisórias e cantar, meio à capella, meio unplugged, Me, The Fish & The Sea. Um isco utilizado em muitos concertos, mas que colhe sempre os seus frutos. E a audiência, feita cardume, seguiu-lhe os acordes, entoados naquela voz, como ela me dizia, saída de uma máquina de lavar roupa. A lembrar as t-shirts que melhoram depois de debotadas. Como o equipamento rosa do Benfica.

Insinceridade protocolar

Admirava-se de tudo o que via com uma insinceridade protocolar, a que pratica a gente de bem para mostrar que ainda lhe resta capacidade de sentir inveja e surpresa.

In Os Mares do Sul, de Manuel Vázquez Montalbán.

13 March 2008

Homens-erráticos

A Relógio D’Água acaba de lançar dois livros de Peter Sloterdijk, um dos maiores pensadores da actualidade. O Estranhamento do Mundo e Palácio de Cristal são dois olhares sobre o homem e a sociedade contemporânea que cruzam, numa interdisciplinaridade ao alcance de poucos, a filosofia, a antropologia, a sociologia, a psicanálise, a crítica cultural e a história.

Abro o primeiro capítulo de O Estranhamento do Mundo, e leio. Título: Porque é que isto me acontece a mim? Subtítulo: Conjecturas sobre o animal que se depara consigo mesmo, que se propõe fazer coisas grandiosas, que muitas vezes caminha sem sair do mesmo sítio e que às vezes está farto de tudo.

Ainda não recuperei do susto.

27 February 2008

Paredes meias

Sem título, de Noronha da Costa

Crepusculo Interior, de Jorge Martins

Eu nem pedia os mais caros. Só estes dois, ou mais alguns. Do lote que vai a leilão no Palácio do Correio Velho, nos próximos dias 11 e 12 de Março, qualquer um ficaria bem em minha casa. Paredes meias comigo. Estes dois, no entanto, parecem ser muito mais do que pinturas. Parecem histórias e personagens cristalizadas na tela, dois segredos escondidos por entre a luz difusa do entardecer e a cadência inebriante dos feixes que emergem para lá do visível. Vou falar com o meu banco. Sonhar um bocado.

24 January 2008

Hoje de manhã...

Estou mesmo a precisar
de uma injecção
de essência de rosas

Jorge Sousa Braga, in Boca do Inferno

23 January 2008

À mesa com...

Ainda no DN dá-se conta de um almoço entre Miguel Pais do Amaral e António Lobo Antunes. Ao que parece, o almoço foi «agradável» e as duas partes chegaram a acordo em relação à permanência do autor de O meu nome é legião na Dom Quixote, agora integrada no grupo Leya, do ex-homem forte da Media Capital.

Oscars

Em entrevista ao DN, António-Pedro Vasconcelos, realizador de Call Girl, defende que na História do Cinema Português dois filmes seriam merecedores de uma nomeação e de um Oscar: A Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo, e Francisca, de Manoel de Oliveira.

Tempo

Recebi, na segunda, o novo livro do George Steiner, Provas e Três Parábolas. Quando é que terei tempo de o ler?

Off/On

Voltei a pagar a conta da luz. Estou de volta. E, como sempre, à luz rasante nada se esconde, tudo se revela. Lights on, please...