28 April 2007
Repensar Abril
27 April 2007
All these voices
Câmara Clara
Novo romance de Mia Couto
A força e os outros
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, de Sérgio Godinho, in Sobreviventes (1971)
26 April 2007
Repensar a Revolução
Caminho
25 April 2007
24 April 2007
O de todas as semanas
23 April 2007
Liberdade, Liberdade
E na segunda volta?
A Scanner Darkly, de Richard Linklater
Richard Linklater é um realizador curioso. Tanto assina filme de culto, como cede aos cânones de Hollywood. São as regras da sobrevivência na indústria mais poderosa do mundo. Mesmo assim, os seus projectos pessoais valem mais do que os esforços para equilibrar o orçamento. No Indie Lisboa passou o seu trabalho mais recente, A Scanner Darkly, um projecto que mistura a linguagem tradicional do cinema e as potencialidades da animação, na mesma linha de Waking Life. Essa componente híbrida é, de resto, um dos aspectos mais interessante do filme, na medida em que explora até ao limite as características intrínsecas do medium que utiliza. Uma das questões centrais do filme – quem é quem ou quem se esconde por detrás da máscara – só é possível através do uso da animação. Através dela o protagonista vai construindo (e perdendo) a sua identidade, pensado ser uma coisa, acreditando ser outra, confundindo as duas. Outro aspecto forte do filme é o argumento, do próprio Linklater, adaptação de um livro de Philip K. Dick. Bem ao seu estilo, o escritor norte-americano projecta, num mundo não muito distante, uma sociedade tiranizada pelo consumo de drogas – a substância D (de dependência, desistência, desconsolo, de morte, death, em inglês) – e por uma grande empresa – a Novo Caminho. Apesar de ocultos pela animação – o filme foi rodado normalmente, durante sessenta dias, e depois ‘animado’ em computador, ao longo de um ano – há alguns actores que se destacam. Sobretudo Woody Harrelson e Robert Downey Jr, extraordinários na recriação de um viciado. Dirigido muito provavelmente a um público reduzido, A Scanner Darkly é, a par de 300, de Zack Snyder (rodado na íntegra em estúdio), uma antevisão das possibilidades e dos riscos que atravessa o cinema contemporâneo.
22 April 2007
Climas, de Nuri Bilge Ceylan
Pós-pós
O que fazer com ele
A vida inteira
Hora-a-hora e durante a vida inteira
Podes ter uma luta que é só tua
Ou então ir e vir com as marés
Se perderes a direcção da lua
Olha a sombra que tens colada aos pés
Senta-te aí, dos Rio Grande, interpretado por Jorge Palma
21 April 2007
Boa nova
20 April 2007
19 April 2007
Jacques Le Goff

Entre os vários investigadores que estudaram essa época, surgem à cabeça Georges Duby e Jacques Le Goff, ambos da École des Annales, movimento que revolucionou a nossa ideia de História. Do segundo, acabam de sair duas traduções de livros recentes. A Idade Média para principiantes, na Temas e Debates, uma excelente e esclarecedora introdução, para miúdos e graúdos, e Por amor às cidades, na Teorema, um confronto entre as cidades de hoje e de outrora, com paralelismos e abismos. Além de uma entrevista no JL, nas bancas na próxima terça-feira, 24 (por causa do feriado), podem encontrar mais informações aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Pintura de Pieter Bruegel, A luta entre o Carnaval e a Quaresma, 1559
Susana Anágua

Memories are made of this
18 April 2007
Integral, como eu gosto
Ver programação aqui.
Coca-Cola white
Saldos e almas
Grita bem alto
Guarda o que és
Vende o resto em saldos
Ouvi hoje, na Radar. Não me lembro do grupo.
17 April 2007
Cadentes. Estrelas
Welcome to the club
Código Deontológico
1.O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.
2.O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.
3.O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.
4.O jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identificação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público.
5.O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas. O jornalista deve também recusar actos que violentem a sua consciência.
6.O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, excepto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas.
7.O jornalista deve salvaguardar a presunção da inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado. O jornalista não deve identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor.
8.O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade ou sexo.
9.O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas.
10.O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses.
Agora encarteirado. E o mesmo se aplica neste blog. Para reclamações aqui
16 April 2007
A playlist de...
15 April 2007
O Caimão, de Nanni Moretti
Ao enredo e à realização, junta-se um elenco de luxo. Escolhido a dedo. Do produtor (um Silvio Orlando expressivo) ao protagonista do filme-em-curso (um extraordinário Michele Placido, da série Polvo, lembram-se?). O Caimão será, seguramente, um dos melhores filme de 2007.
Site oficial aqui.
Sensações sublimes
Eadweard Muybridge



A aposta daquele dia conta-se em poucas palavras. A maioria defendia que, durante uma corrida, o cavalo tinha sempre uma das patas no chão. Leland Standorf defendia exactamente o contrário: que o cavalo, ainda que por milésimos de segundos, tinha todos as patas no ar. A teoria já tinha sido avançada por Étienne Jules Marey, embora o francês nunca tivesse apresentado dados que a sustentasse. Mas naquele mês de Junho, de 1878, Leland Standorf estava disposto a esclarecer todas as dúvidas.
Ao seu lado, na quinta Palo Alto Stock, tinha Eadweard Muybridge, um fotógrafo inglês que passara os últimos anos a investigar a decomposição do tempo. Divulgada a fotografia, o desafio que se colocava era a fixação minuciosa do movimento. Para isso, Muybridge preparou um sistema que alinhava doze câmaras fotográficas que, ligadas por uma rede de cabos conseguiriam capturar doze exposição em apenas meio segundo.
Relato completo desse dia aqui.
You've got to find what you love
Pensamento socrático
14 April 2007
A não perder

Quantas vezes
Aviso à navegação
12 April 2007
Para continuar a conversa (5 + 5 - 5 = ?)

A certa altura escreve:
1) Melhora a escrita
2) Atrai e envolve o público
3) Oferece um melhor entendimento do mundo digital
4) Ajuda a desenvolver alguns conhecimentos técnicos
5) É divertido
Depois, acrescenta:
1) Ajuda a mantermo-nos a par dos assuntos que se desenrolam gradualmente
2) Traz à atenção (através de comentários dos leitores, de referências cruzadas ou simplesmente da procura de algo sobre que escrever) assuntos que passariam despercebidos
3) Ter um blogue permite-nos conhecer outras pessoas e permite que elas nos conheçam. É mais fácil abordar alguém que pode ser uma fonte quando esta pessoa segue aquilo que escrevemos - mesmo que nunca tenha havido um contacto directo
4 ) Permite um registo diferente do da escrita profissional
5) Ensina a comunicar eficazmente na Web»
E um pouco contrariado, remata:
1) É monótono. Podemos escrever o mesmo post seis vezes por ano que ninguém repara. Nem nós
2) É um desperdício de energia. A maioria dos leitores não vai perceber nada porque lê apressadamente e de qualquer maneira já sabe tudo pois leu qualquer coisa sobre o assunto algures um dia destes, na semana passada ou foi há quinze dias?
3) Quando escrevemos que isto é azul, vai aparecer um leitor aos berros provando que é amarelo. É muito desagradável. Para as cores, claro
4) É irritante. Uma pessoa esfalfa-se a escrever um post super-bem, duas horas de pesquisa e três a dar ao dedo, sobre, digamos, as culturas hidropónicas em Marte, e aparecem vinte leitores de rajada na caixa de comentários a discutir animadamente a cor dos suspensórios que fulano teria levado à televisão se por acaso lá tivesse ido. Deveras irritante, experimente o caro leitor também
5) Havia uma quinta razão, bem sei, mas não estou agora a ver qual era...
A discussão é das antigas. Tem, provavelmente, a idade do Homem. Porquê junto ao mar? Porquê nas cavernas? Porquê a roda? Porquê lembrar os feitos de Tróia se estivemos lá? Porquê pintar as paredes? Porquê a ciência, a técnica, a poesia, o amor?
Cada um terá as suas respostas. As dos que me antecederam estão aí, à nossa volta, para o bem e para o mal, a condicionarem o presente. Procuro as minhas, dia-a-dia, sem grandes intenções, sem muitas certezas. Errando, seguramente. Acertando, às vezes. A queda, a haver, será porventura grande. Como a de Ícaro.
10 April 2007
Começar
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade
in Amar se Aprende Amando